Observando e refletindo sobre alguns depoimentos que ouvi esses dias, me veio a mente a seguinte pergunta:
Mais você quer ser como a maioria ou minoria?
Eu sinceramente não vejo problema nenhum em ser minoria, principalmente quando se trata do amor, alias fazer parte de uma minoria é ate muito bom... Vamos dizer assim, tem um preço, mas por outro lado tem também o seu destaque!
Por que TEMOS que nos conformar com o que hoje é tão divulgado em relação à morte do Amor Romântico. Sim leitor a morte, a extinção do romance. Não se fala nem em metamorfose.... que poderia ate ser algo interessante de se pensar.
Continuando, li , e sei que vários autores, antropólogos, psicanalistas, colegas todos estão falando sobre as NOVAS relações amorosas ou diríamos PRAZEROZAS?
Ok, concordo que não sabemos como vai a Branca de Neve e seu príncipe depois de tantos anos (bodas de que mesmo?) nem tão pouco se Romeu e Julieta realmente agüentariam a pressão dos sogros e claro das sogras...
Mas, sim vamos nos conformar que :
Para vivenciar um amor ele precisa de alguns ingredientes básicos: tempo, surpresas, toque, paciência, palavras e silêncio.
Entendo que estamos vivendo em mundo liquido, que tudo que é muito rígido pode ser tornar descartável, mas amor liquido?
Enquanto as relações ficarem na superficialidade, no prazer imediato, na dependência do ‘’cutucar’’ das redes sociais, quero fazer parte da minoria.
Jamais vou trocar o cutucar pelo abraço.
Jamais vou ter vergonha de dizer que amo alguém.
Jamais vou substituir um torpedo por um toque de carinho.
Jamais vou querer ``deletar`` o outro.
Por isso, sempre vou me orgulhar em fazer parte de uma minoria, pois não saberia viver sem sonhar e sem existir no amor ‘’solido’’.
E você?
3 Comments
Quero sim sentir, sonhar, viver e amar de verdade, sem se preocupar com os outros pensam.
Lane.
Concordo com o seu post e concordo com o que o Dr. Marcelo disse na revista Muito do jornal A Tarde.
A liquidez das relações não é só causada pela "cibernetização" da convivência gerada pelas redes sociais. É mais - e mais profundamente - causada pela falta de capacidade que as pessoas hoje tem de olhar para dentro de si e reconecer que as próprias necessidades ou são - essas sim - puramente virtuais ou simplesmente existem por falta do olhar para si e compreender a própria condição humana.
Mas, não é o olhar para si unicamente pelo ângulo que permite ver exclusicamente o próprio umbigo. É o olhar para dentro de si e fazer uso da dúvida para questionar seus paradigmas e encontrar as razões das necessidades ou encontrar o mecanismo para suprí-las.
Assumir nossas fraquezas para nós mesmos é fundamental para isso, mas muito é complicado para a maioria de nós. Por isso, cada vez mais pessoas atribuem as causas ou a obrigação pelo suprimento das suas necessidades ao externo, cobrando do outro com quem se relaciona - ou procuram até mesmo um relacionamento para isso - uma postura de suplente das necessidades, vontades e imagens que quer passar para a sociedade, família e para si mesmas. Porque é mais fácil.
E, quando os/as seus(as) parceiros(as) não suprem mais esta necessidade, as pessoas que assim agem decretam sumariamente que o "amor" acabou e que aquele(a) parceiro(a) não serve mais.
Na realidade o amor nunca existiu nesses casos.
Ultrapassa-se aí o limite do respeito.
A descartabilidade das relações e - principalmente - das pessoas é tão irracional que quem a pratica não é capaz de enxergar a sua própria - e igual a do outro - condição de ser humano.
Em resumo, as relações afetivas se encontram líquidas porque a relação do ser humano com ele mesmo está agonizante.
A solução nunca esteve, não está e não estará no outro e aí é que mora o perigo do amor romântico.
A capacidade de teatralizar sentimentos, fazendo da própria relação afetiva um espetáculo de fingimentos, dos lugares que se frenquenta o picadeiro e das pessoas que nos cercam espectadores dessa palhaçada da existência, faz com que até o romantismo seja alvo de descrédito, já que transforma a manifestação do que deveria ser a solidez de uma relação num gás volátil e muito menos denso que o ar.
Isso porque as pessoas tem grande necessidade de mostrar a felicidade que não tem, simplesmente porque ser triste, estar sozinho, não é socialmente bem visto, acabando por fazer se relacionarem superficialmente com quem não tem afinidade e,de repente, "descobrem" isso.
Está gerada, então, a tristeza, a infelicidade, que impede o ser humano de sonhar, de viver plenamente, de amar.
Mas, tudo isso ainda foi primordialmente causado pela falta de compreensão da condição de ser humano, autônomo, dono de capacidade crítica da realidade, da própria vida e do próprio comportamento, gerando a insegurança de uma relação, fazendo com que as pessoas se escondam por detrás de um monitor, que só mostra o único lado que o mundo de hoje permite ser mostrado. O pseudobom, quando, na realidade, as coisas nem sempre são o que realmente aparentam ser.
Nesse caso, minoria sim...a minoria dos felizes honestos consigo mesmos, porque só eles (nós) somos felizes.